terça-feira, 8 de novembro de 2011

A arte textil

A arte da fiação e tecelagem chegou à Europa vinda da China e da Índia, onde já eram praticados alguns milênios antes de Cristo. Com a arte da tecelagem começou a se desenvolver também a tinturaria. Durante o Renascimento, a Europa precisava de quantidades crescentes de corantes naturais para satisfazer as necessidades de um comércio local cada vez mais ávido por roupagens coloridas. Devido à origem dos corantes e sua preparação artesanal, faziam com que alguns destes valessem mais do que o ouro.
Foi naquela época que os europeus passaram a conhecer o azul de índigo, procedente da Índia, e com a descoberta do Novo Mundo, a Europa viu surgir novas fontes de corantes naturais.
A arte têxtil e o tingimento com plantas são expressões artísticas complementares. Possuem elementos cuja beleza única não pode ser comparada aos produtos químicos e industriais. Infelizmente, a descoberta dos corantes químicos e seu uso indiscriminado contribuíram para acentuar a substituição dos corantes naturais e desta forma provocar o esquecimento deste saber sobre a origem das cores.
Os corantes químicos e sintéticos, por sua origem e propriedades, são substâncias densas e tóxicas. Obtidas a partir de derivados de petróleo e do carvão mineral, por um processo altamente poluente, estes corantes foram criados na Alemanha durante a Revolução Industrial, sendo sintetizados a partir das mesmas matérias-primas usadas para a produção de explosivos como, por exemplo, compostos orgânicos ricos em nitrogênio como a nitroglicerina ou TNT (trinitrotolueno).6
Segundo Pekin, (1856), um químico inglês, sintetizou a mauveina - o primeiro corante sintético já produzido. Pekin fundou uma fábrica, e logo estava produzindo outros corantes artificiais. Hoje, mais de 90% dos corantes empregados são sintéticos. Mesmo o índigo, um dos mais utilizados, foi obtido sinteticamente, em 1880, e as plantações desde logo deixaram de ser um bom negócio, pois o custo para a sua fabricação era menor do que para seu cultivo e extração.
Os corantes vegetais dão às cores uma relação direta com a luz. O uso destes na produção de produtos artesanais com certeza requer um processo mais elaborado, e o uso puramente comercial dos corantes químicos anula a autenticidade de um oficio capaz de integrar o homem à natureza. Os corantes naturais são substâncias vivas que interagem com o meio ambiente e suas cores se tornam mais intensas e luminosas durante o dia e mudam conforme as condições ambientais em que são expostos necessitando assim de cuidados especiais para manter a sua cor original.
Tingir com corantes vegetais é relativamente simples, mas as cores exigem um profundo domínio de alguns princípios químicos, físicos, matemáticos e botânicos. Procurar e coletar ervas, retirar liquens de rochas, cercas e árvores, reciclar resíduos do beneficiamento de madeiras e outros produtos.
Responsáveis pela coloração das tintas, as partículas sólidas, insolúveis em água, são depositadas superficialmente sobre as fibras do tecido, sendo fixadas através de resina sintética, ou seja, pasta mãe.

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